Assine já a nossa NEWSLETTER

08/12/2011

Entrevista do jornal "O Setubalense" ao presidente da Junta de Freguesia de S. Simão de Azeitão

“Transportes e centro de saúde são as maiores preocupações”

João Carpelho
Pres.Junta Freg. S. Simão Azeitão
Presidente da Junta de Freguesia de S. Simão há cerca de dois anos, João Carpelho falou-nos da obra desenvolvida naquela localidade, dos projectos já definidos para o próximo ano e da grande ajuda que foi o protocolo de descentralização sem o qual, garante, mais de metade da obra realizada não teria sido possível. A procura desta freguesia, por parte de casais jovens que ali fixam residência é, segundo o presidente, motivado pela situação geográfica, mas também pela grande oferta a nível cultural, desportivo e educacional.
“O Setubalense”: Há dois anos atrás, quando chegou à presidência desta junta de freguesia, quais os projectos que trazia e quais as carências que encontrou?

João Carpelho: Há necessidades que têm muito a ver connosco e há outras com o bem-estar e serviços prestados à população. Diria que encontrámos uma freguesia organizada, limpa e foi nossa pretensão dar continuidade a esse trabalho. A partir daí identificámos algumas necessidades, até porque o trabalho não é estanque, evolui de acordo com as pretensões e com a análise dos executivos, e decidimos avançar com algumas obras.

“O Set.”: E quais foram as prioridades?

J.C.: A prioridade foi o estaleiro, porque sabemos que estamos numa freguesia que tem vindo a crescer - em 24 quilómetros quadrados temos uma população de 7.500 habitantes, dos quais 5.400 são eleitores – e era importante dar uma melhor resposta à população, assim como criar melhores condições para os nossos trabalhadores. Para além disso, era necessário fazer melhoramentos pontuais, nomeadamente a construção das gares para os contentores dos resíduos sólidos urbanos, a aplicação e substituição de papeleiras na freguesia. Demos ainda prioridade à construção de muitos metros de passeios, sobretudo na zona de Brejos, que é a área mais carenciada nessa matéria. Tivemos ainda a intervenção na recuperação dos fontanários existentes nesta freguesia, no Largo do Chafariz, através de uma parceria entre a junta e o proprietário da quinta confinante e na rua da Chapeleira, também recuperado pelo proprietário confinante. Aliás, quero frisar que grande parte das obras realizadas nesta freguesia só foi possível graças ao protocolo de descentralização de competências, sem o qual muita coisa não tinha sido feita.

“O Set.”: Os espaços verdes foram também uma das prioridades…

J.C.: Sim, os espaços verdes foram também uma das áreas onde intervimos, nomeadamente através da remodelação de dois espaços, mais concretamente na urbanização Casas de Azeitão onde construímos também um campo de volei de praia…

Entretanto, fizemos também, num espaço envolvente e no ano seguinte, um campo de basquete para a rapaziada fazer ali os seus jogos, isto num espaço contíguo a um parque infantil já existente. Também melhorámos, consideravelmente, um espaço verde na rua de S. Gonçalo, para além da limpeza em muitas valas, remodelamos 10 canteiros existentes em Vila Fresca, igualmente com a colaboração da população…

“O Set.”: Quando fala em colaboração da população está a referir-se a que tipo de colaboração?

J.C.: Em mão-de-obra, essencialmente! Muito embora no caso da remodelação nas Casas de Azeitão, a população tenha colaborado com mão-de-obra (que é um factor importantíssimo), mas também ajudou a custear alguns materiais. Aliás, antes de qualquer intervenção, fazemos um plenário com a população, explicamos a intenção, a obra e conseguimos envolver as pessoas que, desta forma, ficam mais sensibilizadas para preservar os espaços e perceberem melhor o esforço que as autarquias fazem nessa matéria…

“O Set.”: Portanto, um dos objectivos da junta é ouvir as populações, aceitar sugestões e, dessa forma, sensibilizá-las para a preservação de um património que ajudaram a edificar?

J.C.: Sem dúvida! E temos tido, felizmente, bons resultados. Muito embora, seja certo que não estamos numa área de grande vandalismo, mas há sempre cuidados a ter e com a população atenta é uma forma de ajudar a preservar. Importa também dizer que a câmara municipal também foi factor importante, nomeadamente nas autorizações e no fornecimento de alguns materiais.

Quero reforçar uma obra importante, que foi feita na rua de Setúbal – a que dá acesso ao Alto das Necessidades -, com a construção de um passeio para salvaguarda de peões, onde antes era somente um caminho que culminava com um talude algo perigoso, e que nós conseguimos recuperar, também com a parceria da câmara municipal, e felizmente agora está dotado de condições de segurança, até porque os cedros que ali existem, situados numa quinta privada, o proprietário foi sensível aos nossos argumentos e mandou cortar as ramadas que confinavam para a via pública e obrigava os peões a vir para a faixa de rodagem.

“O Set.”: Ainda relativamente a realização de obras, quais são os projectos que se seguem?

J.C.: Consideramos ser muito importante a remodelação da Capela Mortuária já no próximo ano. Outro projecto a realizar é num espaço de lazer, na Quinta do Bom Pastor, o qual já iniciámos (no âmbito da campanha Setúbal Mais Bonita) e que queremos melhorar. Também em 2012 queremos recuperar o lavadouro público de Vendas de Azeitão e queremos ainda dar continuidade à construção de passeios públicos em Brejos, uma lacuna existente mas a qual estamos a dar toda a atenção. Quanto aos espaços verdes, queremos recuperar dois espaços: um na rua da Escola, em Brejos e outro na rua Raul Rego, em Vendas. São dois espaços que não são muito grandes, mas importa olhar para eles com algum cuidado até porque têm parques infantis envolventes e queremos dar um ar mais airoso àquelas áreas.

“O Set.”: Embora considerada área rural, esta freguesia está a ser procurada por famílias que aqui querem fixar residência e que não se englobam nos padrões de população rural…

J.C.: Sim! São jovens casais que procuram esta área por várias razões, nomeadamente pela oferta escolar, um dos requisitos importantes para o futuro das famílias e a câmara municipal também tem estado muito atenta a equipar as escolas com bons equipamentos, para além da localização geográfica – muito perto de Setúbal e Lisboa, com Palmela e Sesimbra aqui ao lado – das acessibilidades e tendo ainda em conta a perspectiva da terceira travessia, ficamos de facto bem localizados. Para além disto, as ofertas a nível de cultura e desporto são muito importante e a freguesia pode dar resposta a todos os que nos procuram, porque há que ocupar os tempos de lazer.

“O Set.”: Estamos a falar de que tipo de opções?

J.C.: São várias as opções, quer do ponto de vista musical, cultural e desportivo. Temos três colectividades, às quais damos total apoio, cada uma delas com várias actividades que passam pela formação musical, formação em várias vertentes desportivas, dança, artes marciais e muitas outras opções. Ou seja, as três colectividades complementam-se e temos uma oferta variada. Estamos ainda a ajudar o Clube Real da Malha, constituído por um grupo informal ao qual resolvemos propor a legalização. A importância deste grupo é que trabalha com um segmento populacional que, normalmente, é esquecido e que são pessoas a partir dos 50 anos, sem deixar de referir, para este sector da população, a Universidade Sénior de Azeitão a quem damos todo apoio e que estamos a acompanhar na criação, para além de cedermos espaço (tal como a União e Progresso) para o seu funcionamento.

No entanto, as iniciativas são várias e, entre as várias colectividades e associações, não podemos esquecer o Núcleo de BTT de Vila Fresca que tem feito um trabalho notável, com iniciativas de relevo.

“O Set.”: Existe mais algum projecto que gostaria de ver concretizado a curto prazo?

J.C.: Um dos projectos que consideramos importante para esta freguesia é a construção de ciclovias. Neste momento existe já um projecto municipal, que estamos a acompanhar, para a implementação das mesmas sendo que a sua construção é por nós considerada importante porque irá, seguramente, permitir uma maior e mais fácil mobilidade da população, ao mesmo tempo que se cria uma outra vertente desportiva e de laser.

Por outro lado, as ciclovias serão ainda uma óptima opção na deslocação para o local de trabalho o que, por arrastamento, permitirá descongestionar o trânsito e salvaguardar o meio ambiente pois haverá menos trânsito automóvel a circular

“O Set.”: E em termos ambientais que características tem esta freguesia para oferecer aos seus residentes?

J.C.: A serra da Arrábida, um ex-líbris que está a ser candidata a património da Unesco, para além das praias que dispensam comentários porque têm tudo de bom para que a população veja aqui um ponto de interesse, dada a proximidade. De destacar ainda a importância do ar puro que aqui se respira, dadas as características da serra onde, aliás, se podem ainda fazer passeios pedestres, desfrutando desta grande beleza natural que a Arrábida nos oferece e é disso que temos que preservar.

“O Set.”: Qual é a grande preocupação da população desta área?

J.C.: Há duas questões que são de grande preocupação: o serviço de transportes públicos prestado a esta freguesia e o posto de saúde. No que respeita aos transportes públicos, os mesmos não circulam dentro da freguesia o que cria dificuldades. Aliás, vamos pedir uma reunião com o concessionário desta área para que percebam que tendo em conta as dificuldades que estamos a sentir com os aumentos, se calhar é uma mais valia rentabilizar a frota que têm, com o reforço dos circuitos dentro da freguesia. Quanto ao posto médico que dá apoio a esta freguesia está, em nosso entender, sem capacidade de resposta ás necessidades da população, principalmente no número de médicos disponíveis. Estes são dois problemas que são básicos na assistência a prestar à população, nomeadamente no que refere à prestação de cuidados médicos aos mais idosos, eles mais que ninguém os mais carenciados nesta área e importa ter aqui excelentes condições nessa matéria.

“O Set.”: Concorda com a fusão desta junta de freguesia com a de S. Lourenço?

J.C.: Não. Nem sequer contribuiria para a resolução de alguns problemas que mais condicionam e dificultam o dia a dia das freguesias e que são, a escassez de verbas colocadas à sua disposição e a transição para a esfera própria das freguesias das competências que actualmente lhes são delegadas pelos municípios. Depois, quando se fala se a fusão das freguesias resultaria em benefícios, dizemos que não! Iria contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas? Não! Será que proporcionaria uma melhoria dos serviços prestados pela autarquia? Não! Somos contra a fusão das freguesias porque a unidade territorial que daí resultaria cresceria apenas em tamanho, diminuindo certamente no número de eleitos, contribuindo naturalmente para um afastamento das populações dos seus eleitos. Dizer ainda que somos contra porque esta poria em causa, inevitavelmente, a manutenção dos postos de trabalho actualmente existentes e pondo a descoberto os apregoados critérios de rentabilidade.

“O Set.”: Vai recandidatar-se ao cargo?

J.C.: Sabe o que me preocupa na minha pessoa, no nosso executivo e nos nossos eleitos CDU? É o dia a dia, a semana a semana, o mês a mês… não decepcionar aqueles que nos procuraram, aqueles que apostaram em nós, aqueles que habitam nesta freguesia e por isso não olhamos a horas, dias, crenças religiosas, nem factores clubistas e muito menos políticos para apoiar seja o que for, desde que ideias válidas e importantes para o bem estar da população. Se me vou recandidatar ainda é cedo para essa pergunta e sabe que nós CDU funcionamos, em minha opinião da melhor forma que existe na política, portanto não lhe posso responder e o que posso é dizer-lhe que sinto que a CDU está a fazer um bom trabalho nesta freguesia e que estamos empenhados para a melhoria das condições da população. Se vou recandidatar-me isso só o futuro o dirá, até porque é uma questão política, pessoal, mas ainda é cedo para responder e eu estou disponível para aquilo que o meu partido entender ser o melhor para a freguesia.

In O Setubalense 28/11/2011/ Ana Maria Santos

6 comentários:

Unknown disse...

Este Senhor devia ter vergonha , deixar de ser um rapazinho de idéias tolas , mentiroso e, ser objectivo . O Partido Comunista já lhe propêz a sua demissão , mas ele não aceita . terei ocasião de lhe dizer cara a cara tudo que lhe tenho que dizer até que ele responda no Tribunal Administrativo onde lhe coloquei uma acção .

Adelina Morais disse...

Então as preocupações da população desta freguesia são apenas a falta de transportes e o centro de saúde?
O Sr. Presidente pelos vistos não conhece a sua freguesia, não costuma passar nas ruas da Salmoura que nos dias de chuva são autênticos rios e depois da água escorrer locais cheios de buracos,por sua vez no tempo seco um mar de pó.Além de que também não temos saneamento básico.
Diz que é uma freguesia limpa, mas não se digna a mandar limpar estas ruas, sobretudo cortar silplesmente as ervas que nascem junto dos muros.

Francisco Bernardo (ASSOCIAÇÃO RESPIRAR) disse...

Com que então as únicas preocupações da freguesia são a falta de transportes e o centro de saúde??
Sr. Presidente, eu vou a todas as assembleias de freguesia e não são estas as queixas da população. Mais importante do que estas é a questão dos arruamentos e, no meu ver, a questão da empresa carmona, que todas as noites liberta cheiros tóxicos e pestilentos e nos vão matando de forma silenciosa. Este sim, é um cancro que a freguesia tem que eliminar.

Anónimo disse...

Trabalhem que é para isso que vos pagam.

FACULDADE DE HISTÓRIA - AZEITÃO disse...

O Senhor Presidente da Freguesia esqueceu-se de outra preocupação : A exibição pessoal: Um autêntico corta-fitas .
Despreza as vias públicas , os Parques infantis, o saneamento básico , imcindindo as obras somente no meio urbano que lhe é afecto . Salmoura e Brejos de Azeitão são os parentes pobres da Freguesia . Sempre foram... mas com este presidente deixou de ser o "parente pobre" para ser o DESPREZADO !
Despreza, ignora Actos Culturas como foi " A Exposição dos Poetas Populares de Azeitão , para andar na farra , dançando , bebendo e comendo na mesma hora .

Anónimo disse...

sempre ouvi dizer que santos au pé da prta nao fazem milagres mas o povo de s.simao manteve alguma fé no senhor presidente mas de pressa se desvanecedor essa fé pois pior nao nos podia ter batido á porta. sem vergonha e sem responsabilidade se nao sabe gerir saia e deixe alguém com mais capacidade orientar esta desgraça por ele provucada